Ondina Machado e Vania Gomes Brevemente podemos situar a diferença entre um grupo e um coletivo. O primeiro se organiza em torno de uma exceção, enquanto o segundo é composto de tantas exceções quantos são seus componentes. Partindo dessa diferença, utilizaremos um trecho instigante do texto “O tempo lógico” para investigar a lógica que rege um coletivo e faz dele um agrupamento de singularidades. “Basta fazer aparecer no termo lógico dos outros a menor disparidade para que se evidencie o quanto a verdade depende, para todos, do rigor de cada um, e até mesmo que a verdade, sendo atingida apenas por uns, pode gerar, senão confirmar, o erro nos outros. E também que se, nessa corrida para a verdade, é apenas sozinho, não sendo todos, que se atinge o verdadeiro, ninguém o atinge, no entanto, a não ser através dos outros.” (Escritos, p.211-212) Algumas perguntas se colocam: • Qual o estatuto desses “outros” aos quais Lacan se refere? • Levando em conta as disparidades entre uns e outros, quais os modos de laço? • Como um coletivo se sustenta se as singularidades dos gozos não se coletivizam? • O que a lógica do sujeito ensina sobre o coletivo? • Nos processos de identificação de cada um com os outros, qual o lugar do resto?
2ª Leitura Preparatória
24/10/22 – 20h
“O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada”