Lenita Bentes
Psicanalista membro da EBP e da AMP
Foi no entorno das XXVIII jornadas da Seção-Rio que contamos com a presença do colega Fabián Naparstek, o qual nos brindou com uma excelente comunicação acerca dos Nomes da Vida. Referiu-se ao texto, Aporta Fechada, de Sartre em 1944 que, conversa com o atual momento indagando: como sair do fechamento, Imposto pela pandemia?
Lacan, contrariamente a Sartre, afirma não haver saída sem o Outro, ao que Fabian agrega que estamos todos mais próximos e mais fechados em relação aos nossos mais íntimos que acabam por se tornar, pela excessiva convivência, estranhos. Um dos efeitos do vírus, diz Fabian, é transformar o íntimo em estranho. E prossegue: “desconfiamos de nosso corpo e o encontro entre os corpos tornou-se impossível.
O Nome do Pai, como bússola, agora cede lugar ao objeto a, fora do corpo. O Outro é cada vez mais virtual do lado do semblante e o corpo cada vez mais estranho.
Devemos diferenciar o Nome Próprio do nome de gozo. O Nome Próprio mortifica e, diferentemente de Joyce que queria fazer-se um nome, Sade deu nome a um gozo. A pandemia pôs em questão os nossos modos de gozo.
Citando Miller no último Lacan segundo os tempos que correm lembra: “eles vão rápido e para fazer análise é preciso parar um pouco, hoje fazemos análise com um aparelho atrelado ao corpo”. As marcas da vida não se fazem se não no corpo.
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MILLER, J. A. Todo el mundo es loco