Boletim#16

EDITORIAL

Por Melissa Bottrel

Estamos bem próximos das nossas XXVIII Jornadas Clínicas da EBP-Rio e ICP-RJ e animados, já que nelas poderemos tocar em questões tão caras que nos fizeram trabalhar durante todo este ano.

Neste boletim, Romildo do Rêgo Barros, em vídeo, traz de maneira precisa a importante noção que tem sido trabalhada de diversos modos em nossos boletins e preparatórias: “O nome surge a partir do impossível de se dizer, revelando que é preciso consentir com o furo, para que as invenções emerjam.”

Logo em seguida, Paola Cornú traz em seu texto um conjunto de reflexões importantes sobre o lugar da psicanálise e do analista, a relação com as invenções a partir das artes e também no trabalho de análise; reflexões essas que esperamos continuar costurando no próximo final de semana.

E, fechando este boletim, temos duas obras de nossa colega Mirta Fernandes, psicanalista e artista, que convidam a pensar na relação da vida e do nascimento, dialogando com o que é também uma invenção que anda lado a lado com os impossíveis do real.

Até breve!

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Por Paola Cornú – AE/NEL/AMP

O vírus Covid-19 é um real que irrompeu de forma avassaladora em nível mundial em um todo Pandemia, produzindo um furo que margeamos e no qual “não há A garantia.”

Nesse sentido, o isolamento- confinamento -quarentena, assim como, prescindir do corpo nas diferentes situações e atividades habituais da vida, como a modalidade de restrição do laço no distanciamento social, trouxeram efeitos que ainda não conseguimos calcular.

Embora, enquanto psicanalistas saibamos que a atenção telemática introduz uma perda, fomos encontrando um certo tratamento e um saber fazer, através dos trabalhos nas Escolas, uma a uma, desde o político, ético, clínico e epistêmico, diante da continuidade-descontinuidade , orientados pelo real e pela ética do sintoma singular, perante a angústia e a incerteza que aparece nos sujeitos. Seguindo Miller, “Um-corpo é o que o ser humano tem que trazer à análise. Depois de tudo, se a palavra fosse a única implicação na análise, não se entenderia por que o telefone ou a internet não são meios adequados. A experiência analítica impõe dar ao corpo uma função mais elevada que aquela que lhe atribuía a psicanálise pensada a partir da categoria do simbólico.”[1]

As XXVIII Jornadas Clínicas da EBP-Rio e ICP-RJ permitirão fazer uma leitura do clínico, do político e dos aspectos epistêmicos, possibilitando localizar quais são as orientações que foram tomadas e, assim, formalizá-las ou bem escutá-las e trabalhar.

Serão sem dúvida umas Jornadas fecundas que permitirão encaminhar as respostas não-todas às perguntas: “Qual é o lugar da psicanálise e da formação de analistas em tempos on-line? Como ocorrem as emergências do real e seu véu na vida virtual? Qual é o papel das artes durante a pandemia e quais artifícios se utiliza cada uma delas para atravessar este período?”, como também a pergunta pela presença da análise na direção da cura na orientação lacaniana, hoje, momento crucial para estar à altura da subjetividade da época.”[2]

Até breve….

Tradução: Maria Silvia Garcia Fernandez Hanna – EBP/AMP
Revisão: Marina Sodré e Rodrigo Abecassis
[1]   Miller, Jacques Alain., Seminario “El ultimísimo Lacan”.  Paidós, Buenos Aires, 2012, p.108.
[2] https://jornadasebprioicprj.com.br/2021/argumento/
Vida por Mirta Fernandes
Vida por Mirta Fernandes
Nascimento por Mirta Fernandes
Nascimento por Mirta Fernandes

Hoje é o último dia para fazer a inscrição nas XXVIII Jornadas Clínicas!
Inscreva-se aqui: https://jornadasebprioicprj.com.br/2021/inscricoes/

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