Por Francisca Joana Menta Soares
A ordem heteronormativa existe e Fabián Fajnwaks há anos dialoga com diferentes autores para fazer escutar que a psicanálise de orientação lacaniana é orientada pelo real do gozo, ou seja, não permite nem autoriza nada que tenha a ver com a normatividade.
Queer é uma nomeação que tem a ver com o gozo. O gozo é um conceito lacaniano que reúne pulsão de vida e pulsão de morte. Fabián nos traz uma questão a ser pensada em nossas jornadas “Nomes da vida: marcas da pandemia”: como o gozo se articula com os nomes da vida?
O que as transformações das práticas e das identidades sexuais colocam para a civilização? Fabián nos responde com o último e ultimíssimo Lacan para falar do conceito de nomeação e da promoção de um gozo não todo submetido.
Para a psicanálise de orientação lacaniana, não há o binarismo sexual; o que há é o gozo. Queer não se situa sob nenhuma norma e a psicanálise segue os arranjos que os sujeitos podem fazer com o gozo fora de toda norma. Há nisso pontos de convergência com o discurso queer. Fabián, então, discorre sobre os nomes do gozo na cultura queer, libertos dos significantes mestres da sexualidade nomeados como mulher/homem. Queer questiona a fixidez de identidade, trazendo o significante fluido, seja como gênero ou identidade, e a partir da identificação ao modo de gozo, promove uma coletivização do gozo e faz laço social.
O nome próprio do sujeito é uma invenção, uma operação do sujeito que permite manter junto o real, o simbólico e o imaginário. Uma estratégia singular de fazer do sintoma uma identidade do sujeito, identidade sintomal, com chamou Miller.
Convidamos a todos para um debate animado em nossas XXVIII Jornadas EBP Rio de Janeiro e ICP RJ – “Nomes da vida: marcas da pandemia”.