Image

◼Editorial

Na “Bibliografia comentada” desta edição do Moinhos contamos com a leitura do trecho do artigo Nominações queer, de Fabián Fajnwaks , realizada  por  Carolina Peixe.

Andréa Reis Santos comenta o referido artigo, apontando o cenário de “uma crise em andamento” na civilização e a importância de avançarmos com a clínica da Psicanálise, considerando a “evaporação do Nome-do-Pai”, segundo Lacan. As questões apresentadas nos atentam para distintas formas de gozo, possíveis amarrações e para a construção do que o encontro com o analista, em tempos do não-binarismo, pode favorecer ao sujeito

 


◼ Bibliografia Comentada

Image

 

“As nomeações RSI podem ser lidas como tentativas do sujeito de alojar as transformações presentes na fluidez tornada generalizada no nível de uma operação singular, aí onde não é mais o Nome-do-Pai que assegura essa função. Como uma consequência da evaporação do Nome-do-Pai, temos um profundo remanejamento que toca não apenas as próprias identificações, mas o enodamento, onde se tratam as consequências dessa evaporação, dentre as quais a fluidez de gêneros, de sexos, de interface entre falantes e máquinas (algoritmos, inteligência artificial, robôs); e, também, a última fantasia inédita, as transespécies. Big data aparece já como um outro real que estoca sob a forma de dados algumas de nossas informações; sem, no entanto, constituir um Saber. Ou, em todo caso, um Saber reduzido ao ciframento sem Neutro, justamente, sem falta.” (Fajnwaks, F. Arquivos da Biblioteca, publicação da EBP-Rio, n. 17, 2022, p. 61.) O artigo compôs a coletânea do autor Despatologizar o sujeito trans, Belo Horizonte, Scriptum, 2023, p. 35-36)

Despatologizando: comentário sobre o artigo de Fabián Fajnwaks Nominações queer

Andréa Reis Santos

O pano de fundo desse excelente artigo é composto pelo cenário de mudanças na civilização e consequentemente na nossa clínica, como efeito do enfraquecimento, ou como propõe Lacan, da evaporação do Pai. Mais do que mudança, podemos falar de uma crise em andamento, já que coisas que pareciam estar estabelecidas, escritas na natureza, perdem muito de sua força. Por exemplo, a aliança entre as tecnociências e o capitalismo faz com que seja muito menos sólida a ideia do que é um homem e o que é uma mulher. Outra maneira de dizer que quando o Outro da época muda, mudam também os corpos e verifica-se uma espécie de desordem no real. Essa crise do binarismo homem/mulher é demonstrada entre outras coisas, pela explosão de gêneros e pela fluidez dos discursos e práticas dos nossos tempos, e nos convoca a repensar o papel da psicanálise nesse novo cenário

 

Continue lendo.

 

◼ Outros Ventos

E como “Outros Ventos” move o Moinhos das 30 Jornadas, gostaríamos de resgatar a fala do Ney Matogrosso em que ele diz que “ser só uma letra de LGBTQIA+ é como viver numa prisão”. (Folha de São Paulo, 24 de agosto de 2023, por Gustavo Zeitel). As suas declarações, a sua bela e reconhecida arte podem ilustrar as nominações queer, no sentido de despatologizar o sujeito trans. Esperamos que curtam a música escolhida para esta edição!

 

Mal Necessário – Ney Matogrosso.

 

https://youtu.be/XkwilDRbqbQ?feature=shared

 


 

Venham conhecer o site das 30as Jornadas!

https://jornadasebprioicprj.com.br/2023/

Link para as inscrições nas 30as Jornadas:

https://www.sympla.com.br/evento/30-jornadas-clinicas-ebp-secao-rio-e-icp-rj/2162136

 

Image

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário