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◼Editorial
O lançamento das 30as. Jornadas Clínicas da EBP-Rio/ICP-RJ aconteceu no dia 31 de julho. Maria Inês Lamy, diretora da EBP-Rio, iniciou a noite nos revelando a origem da escolha do tema Ilusão para estas Jornadas, e a diretora do ICP/RJ, Marcia Zucchi, nos provocou com articulações muito contemporâneas entre o tema Ilusão e as vicissitudes de nossa época.
A transmissão de valiosos ecos já sugeridos pelo tema de nossas Jornadas, que nos levarão a trabalhar, continuou com Sarita Gelbert, que, além de contar sobre a inspiração para o nome Moinhos para o Boletim destas Jornadas, nos instigou com ricas pegadas para seguirmos na pesquisa sobre a Ilusão nos nossos tempos.
Sarita agradeceu a luxuosa parceria com Dinah Kleve e Francisca Menta no compartilhamento da Coordenação das Jornadas e a dedicação de todos os integrantes das Comissões em nome de seus respectivos Coordenadores.
A noite de lançamento contou também com a preciosa conferência “Iludir-se, ainda”, proferida pela nossa querida colega Marina Recalde, da Escuela de la Orientación Lacaniana, que ressoa em nossa comunidade.
Marina revela que o primeiro impacto causado pela pergunta “o que é ilusão para você?” resultou em outras tantas que acabaram por orientar a sua transmissão: “Por que renunciar à ilusão? Se nos curamos disso o que resta? Queremos nos curar disso? O que seria nos curarmos da ilusão?”
Seguindo os ventos propagados pelos Seminários de Lacan, em especial o Seminário 20, que fala, entre outras coisas, do amor, alternando com o Seminário 8, que fala sobre a transferência, Marina abre as Jornadas convocando-nos a refletirmos sobre o “Iludir-se, ainda” que não cessa de não se inscrever na vida dos falasseres.
Por fim, Maria Silvia Hanna e Angela Bernardes, coordenadoras da comissão científica, apresentaram o argumento e os eixos de trabalho. Doris Diogo, diretora de cartéis e intercâmbio, fez o convite de trabalho em cartel.
A seguir, disponibilizamos os textos de Maria Inês Lamy, Marcia Zucchi, Sarita Gelbert e Marina Recalde.
◼Ilusão
◼Maria Inês Lamy
Pela sequência dos temas escolhidos para nossas Jornadas nos últimos anos [“Exílios” (2020), “Os nomes da vida” (2021) e “Lógicas coletivas nos tempos que correm” (2022)], podemos notar que a EBP-Rio tem tratado de questões que se voltam para a ‘subjetividade da época’. O mal-estar dos dias de hoje nos desafia. Após os últimos quatro anos, em que, em meio a vários tipos de horror, nos vimos imersos nas chamadas ‘disputas de narrativas’, muito restou que nos coloca a trabalho. Dentre esses restos que intrigam, situa-se o estatuto da ilusão. Sem ela não se vive. Mas qual seu lugar?
Como bem disse um menino entrevistado pelo Moinhos (o boletim das Jornadas): “ilusão é uma invenção do que é a realidade”. O campo da realidade é inventado. Vivemos num mundo de semblantes, em que simbólico e imaginário se unem para fazer frente ao real. Já dizia Freud que há ‘perda da realidade’ (‘realidade’, nessa expressão freudiana, aproxima-se do ‘real’ de Lacan) não só na psicose mas também na neurose. Lacan, seguindo essa trilha, concluiu que ‘todo mundo delira’.
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◼Ilusão nas loucuras, no amor e nos discursos
◼Marcia Zucchi
Boa noite a todos! Agradeço suas presenças reais e virtuais! Agradeço a Marina Recalde, querida amiga da Seção Rio e do ICP, por ter aceito o convite para participar desta abertura, e aos meus colegas desta mesa, em especial Maria Inês Lamy, diretora da EBP-RJ, e a todos que tem trabalhado incansavelmente para que estas Jornadas aconteçam. Cumprimento a todas e todos através das coordenadoras das Jornadas, Sarita Gelbert, Dinah Kleve e Francisca Menta.
Vamos ao nosso tema: Em um sentido psicanalítico, o conceito de ilusão refere-se à distorção da realidade ou à criação de falsas percepções. As ilusões podem assumir as formas de crenças, fantasias ou interpretações equivocadas, e muitas vezes servem como defesas para proteger o indivíduo de verdades dolorosas ou desconfortáveis.
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◼… No princípio, era a ilusão.
◼Sarita Gelbert
Antes de mais nada, queremos agradecer a Marina Recalde, que com sorriso e delicadeza, prontamente aceitou nosso convite. E nos falará do amor após a análise e com uma distância do seu período de AE.
Somos eu, Dinah Kleve e Francisca Menta, muito gratas a Maria Inês Lamy, diretora da seção Rio, e a Marcia Zucchi, diretora do Instituto de Clínica Psicanalítica, pela confiança depositada em nosso trabalho.
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◼Iludir-se [ilusionar-se], ainda
◼Marina Recalde
Agradeço muitíssimo o convite à Sarita Gelbert e, através dela, às autoridades e ao Comité Organizador, não apenas pelo prazer de trabalhar com vocês uma vez mais, como também porque o tema das próximas jornadas me parece precioso. Como sucede nesses casos, quando alguém é convidado a falar de um tema, imediatamente a gente se coloca a reunir referências que já havia lido, mas que voltam a ter uma segunda leitura, ou ainda vamos a referências novas, que sempre resultam muito enriquecedoras.
Foi o que aconteceu comigo com o tema da ilusão. O primeiro impacto sobre mim foi a pergunta: por que renunciar à ilusão? Se nos curamos disso o que resta? Queremos nos curar disso? O que seria nos curarmos da ilusão? Então, decidi intitular esta abertura: iludir-se, ainda.
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